Os fisiocratas se autointulam 'les économistes' e são os primeiros a defender uma agenda da produtividade. Os Économistes combatem politicamente os privilégios, monopólios e clientelismos da Razão de Estado, que atrapalham a produtividade dos processos naturais. A intervenção soberana provoca distorções na economia orgânica. Daí surge o seu slogan: "laissez faire". A frase completa é: laissez faire, laissez passer la Nature. Ou seja, deixem passar a Natureza, que é o verdadeiramente produtivo. É liberdade negativa em relação ao intervencionismo clientelista e monopolista, mas liberdade positiva no sentido de produzir mais e melhor. Já os liberais escoceses e ingleses vão além, pois identificam no mercado a capacidade de dizer a verdade sobre os preços. Não existe mais preço justo dado pela equivalência das trocas. Muito pelo contrário. As trocas não têm soma zero. As trocas podem ser boas para ambos os lados, num jogo ganha-ganha.

Por isso Adam Smith defende o comércio sem entraves, porque o comércio não precisa ser objeto de guerra e disputa entre os estados. Se os estados colaborarem, todos podem ganhar, favorecendo a riqueza universal. As trocas são civilizatórias, produtivas, humanizantes. É o "doux commerce", o comércio edulcorado do Liberalismo.