A triagem nutricional é um passo essencial no cuidado em saúde, pois permite a identificação precoce de indivíduos em risco de desnutrição, otimizando o tempo de intervenção nutricional. Ela deve ser rápida, válida e sensível, sendo aplicada por diferentes membros da equipe de saúde com o objetivo de sinalizar a necessidade de uma avaliação nutricional mais aprofundada. A escolha do instrumento adequado depende do perfil do paciente e do ambiente de atendimento, como hospitais, ambulatórios ou instituições de longa permanência. O uso adequado dessas ferramentas contribui diretamente para a melhora do prognóstico clínico, redução da mortalidade, tempo de internação e custos hospitalares.
Agora imagine, que você é nutricionista que acaba de ser contratado(a) em um hospital geral e recebe a solicitação para triagem nutricional de um paciente com DPOC. Sabendo das implicações nutricionais associadas a doença, da importância da avaliação precoce para o estabelecimento do risco nutricional e da adoção de uma conduta dietética adequada que traga mais qualidade de vida ao paciente, você avalia o caso:
Diagnóstico médico: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), em exacerbação aguda.
Histórico Clínico Recente: João relata perda de peso de aproximadamente 7kg nos últimos 3 meses. João alega que sente cansaço aos mínimos esforços (como tomar banho ou se vestir), fraqueza generalizada e inapetência. Está em uso de oxigenoterapia contínua pois refere dispneia durante as atividades básicas do dia a dia. Vive sozinho, possui dificuldades para preparar suas refeições. Teve dois episódios de internação no último ano, um deles por infecção respiratória. Além da oxigenioterapia, faz uso contínuo de broncodilatadores e corticosteroides, o que tem impactado também no apetite e na aceitação alimentar.
Estado funcional: Anda com dificuldade e se queixa de cansaço ao realizar esforços leves.
Dados do Internamento: internado há 36 horas, ainda sem avaliação nutricional.